segunda-feira, 27 de outubro de 2008

O Metro ou o milímetro?

Tenho-me como uma pessoa pacífica, calma e que precisa de muito abanão para ficar deveras possessa e explosiva...
Ora, creio que existe um conjunto muito limitado de situações que me deixam neste estado de bule em ebulição. Por isso, venho aqui deixar o meu testemunho acerca do METRO!
Não me aflige muito o Metro a abarrotar. Não me deixa profundamente triste o facto do Metro estar a arrancar no momento em que chego aos cais e tenho que esperar mais 4 minutos pelo seguinte. Nem tão pouco fico com dores de cabeça por causa do teste às minhas forças e competências de surf aplicadas a transportes públicos (os abanões sentidos com as travagens). O que sucede, então?
São as pessoas, pá, as pessoas! Na sua generalidade, os utentes do Metro parecem ser dotados de um analfabetismo simulado ao ignorarem o escrito: "Antes de entrar deixe sair" . Possivelmente, a sua ânsia de chegar sabe-se lá onde como se não houvesse amanhã fá-los ler algo do género: "Não deixe sair. Antes de mais tem que entrar" (mesmo que só vá fazer umas compritas a Sta. Catarina entre na mesma como se a época de saldos estivesse a abrir e empurre bem o pessoal com os sacos da Zara... ou saque do sapato acabado de comprar, aquele que tem um tacão mais afiadinho e espete com ele na cara de quem se atrever a deixar alguém sair antes que possa entrar) . E é vê-las a acumularem-se no cais, calcando ao desbarato a linha amarela (a linha que separa os cívicos dos não cívicos) que lhes abrirá as portas de um mundo de sonho (não, é só o Metro... que não maioria das vezes leva o povo para o trabalho... ai... ui...trabalho...ai quem me dera não ir trabalhar. Humm... ninguém diria, pela fome de Metro, ou quilómetro que demonstram).
No entanto, face à fraqueza e falta de volição do povo que sai, há quem fique dentro da composição a fazer "finca-pé", aqueles que mesmo em hora de ponta fazem utilização dos bancos, onde se pode ver escrito "Não utilize estes lugares em hora de ponta" (mais uma demosntração de analfabetismo simulado?). Ora, essas pessoas analfabeticamente simuladas e direi mais, cegas e surdas ao mundo que as rodeia, permanecem em harmonia e paz, num fenomenal ângulo recto que acompanha o dito banco que aquela hora deveria estar fechado (sim, porque estes não são dos que fecham às 15h). Assim, tal e qual gladiadores de coliseu, os que analfabeticamente simulados que pretendem entrar e os analfabeticamente simulados que são alheios ao mundo criam um clima de guerra fria (ou quente, dada a proximidade dos corpos) pronta a estalar a qualquer momento (caso isso aconteça têm sempre a hipótese de "Quebrar (o vidro) em caso de emergência"...isto, claro está, se só forem analfabetica e selectivamente simulados).
Com tudo isto, deixa de haver Metro e nada mais nos resta do que o milímetro
Claro que indo além do humor podiamos partir para a discussão acerca da falta de civismo. Vá, mas isso já é um assunto sério... O que me vale é que me rio com as nódoas que vão surgindo num dia-a-dia de cidade...
Ah, eu também ando de Metro, mas de olhos bem abertos...
Até*

2 comentários:

Anónimo disse...

O civismo (e a educação?) das pessoas com quem somos obrigados a conviver não pára, também, de me surpreender.
São mais que muitos os exemplos que quotidianamente me vão causando explosões de fúria violenta, ainda que momentânea.
Quantas bestas desrespeitam as "linhas amarelas" desta vida e vão causando dissabores e contratempos aos mais atentos e sensíveis?
Transportando isto para outro, mas familiar, campo quantos dos analfabeticamente simulados não são também PAIS analfabeticamente simulados que de uma forma mais ou menos velada vão passando este tipo de valores à sua prole?
A minha sorte é que não ando de Metro...
Beijinhos.

Anónimo disse...

Para quando mais novidades?... Bjs