domingo, 5 de outubro de 2008

Passamos pelas coisas sem as ver,
gastos, como animais envelhecidos:
se alguém chama por nós não respondemos,
se alguém nos pede amor não estremecemos,
como frutos de sombra sem sabor,
vamos caindo ao chão, apodrecidos.

(Eugénio de Andrade)

2 comentários:

Anónimo disse...

As voltas que dou para tentar perceber o que queres dizer com estes versos.
As voltas que dou para tentar perceber o que te ia na alma quando escolheste este, e não qualquer outro, poema.
As voltas que dou para tentar perceber o que te dá voltas ao espírito...
O objectivo da colocoção deste post, sei-o, não foi que eu o percebesse. Terá sido um desabafo. Uma vontade de pôr cá para fora algo que te agudizava as entranhas sem, no entanto, deixar que o comum dos mortais chegasse à origem do teu, chamar-lhe-ei, desconforto.
Por outro lado posso estar completamente equivocado e não ter sido nada disso. Quem sabe estarás a pensar: "O que é que este gajo está para aqui a dizer??"
Pois... Coiso...
Por isso continuo a dar voltas sem saber que volta foste dar.
Beijinho.

The scientist disse...

O que é que este gajo está para aqui a dizer??? De facto, há uma explicaçao muito simples... Fui à procura da poesia do Eugénio de Andrade, que muito me agrada. Encontrei este poema e considerei que se encaixava num retrato da pessoas da cidade (vá, de algumas pessoas... Não sei se me entendes? Refiro-me à frieza de sentimentos que constato no meu dia-a-dia na cidade. Vejo pessoas que têm um objectivozinho individualistazinho e tudo fazem para o alcançar e não são capazes de olhar à sua volta.
Penso que faltam sorrisos e calor nas cidades...
E é isto...Coiso...
Espero ter esclarecido a tua inquitação...
Beijinho*