segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Tempo de afectos




Sem exagero, há mais de uma semana que me apetece estampar aqui o que senti... Uma verdadeira inundação de não sei de quê, que tinha tanto de primitivo como de complexo. Bolas, que mania tenho eu de andar às voltas e voltas antes de chegar ao assunto! Eu gosto de ser metafórica, eu gosto de enredo...~


O que sucedeu entãono meu caminho? Nesta vida, onde todos os dias as crianças me passam à frente, vejo-as alegres, tristes, sozinhas, com o grupo de amigos, mais líderes ou mais "apagadas". E, depois, também há os pais, esse nobre espécie que conjuga em si o poder do bem e do mal. São eles, então, capazes de dar e tirar o que uma criança precisa? Além da papinha na mesa, da fralda mudada, da roupa de marca ou do telemóvel de 10ª geração, por vezes falta tempo para os afectos. Nos dias que CORREM a falta de tempo (para os filhos, para o desporto, para os amigos) parece ser uma desculpa universal. E de facto é, enquanto for uma desculpa que nos serve de almofada para segurar a nossa consciência. Não sei se é uma questão de organização , se uma questão de prioridades... O que noto é que falta afecto nos pequeninos e, quando digo afecto, não falo de mimo. Isto porque o afecto é antes uma sopinha de amor, respeito e regras. Sim, porque as regras orientam a fazem crescer... Pensemos no IKEA (que não tem nada a ver com afectos). A montagem dos móveis tem que ser feita, à partida, por quem os adquire. Para tal precisamos do manual de instruções. Então, se queremos a obra bem feita, será melhor seguirmos as regras. E o que é uma criança senão o desejo de uma obra bem feita? Assim sendo, precisa de regras e orientações (estou certa de que agradecerá no futuro) e as regras não são nenum bicho papão!


Bem, tudo o que originou este rio de ideias em forma de crítica foram dois momentos de afecto no mesmo dia, entre dois pais e duas respectivas filhas. O primeiro, ao ir buscá-la à escola, esperava-a ao fundo das escadas com o olhar mais eternecido do mundo e quando, finalmente, ela chegou à beira dele foi uma explosão de cumplicidade, de saudade e de necessidade... Imagino que tenham ido para casa com a menina a partilhar o seu dia... O outro momento no metro: um pai igualmente embevecido, tentava acalmar que se demonstrava claramente preocupada.


Poderia continuar, mas fico-me por aqui, porque as ideias já não me fluem.


Ah, o texto foi publicado sem tempo para revisão.


Até*

1 comentário:

Anónimo disse...

Já li o teu texto duas vezes.
Isso quer dizer que já o REvi!
Como não tiveste tempo cá estou para te auxiliar.

O post viaja por conceitos muito interessantes e com os quais não poderia estar mais de acordo.
No momento encontro-me com o cérebro entupido por algo incontornavelmente incómodo e não sou, como tal, capaz de me pronunciar de forma mais aprofundada, de acordo com a minha vontade e, sobretudo, de acordo com o que o conteúdo do post merece.
Lamento-o de forma sentida.
Cumprimentos respeitosos.