quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Grande sabores, leves sonoridades (cum caneco! Isto parece uma publicidade, mas não é)

Definitivamente, há coisas que nos embriagam os sentidos... Hoje o meu paladar e a audição foram levados ao rubro!
Começando pelos sabores... Quis o acaso que o almoço de hoje se dirigisse a Vila do Conde, ali junto aos arcos, no lugar de Vargiais (ou algo assim parecido, pois o delicioso repasto fez-me esquecer tal pormenor)... Como plena pintura do seu nome, surge-nos para lá dos arcos a Casa da Ramada, ao que consta, mais conhecida como "A viúva", dado o estado civil da senhora que é a dona ou a cozinheira... De qualquer modo, parece que esta espécie de "alcunha" não é bem aceite pela dita senhora, fiquemo-nos portanto pela Casa da Ramada.
A dita refeição começou com umas apetitosas entradas. Num pratinho dividido em 3 secções tínhamos: o presunto, o mexilhão com uma cobertura de divino aspecto e as moelas. A par disto um cestinho típico de pão e boroa. De uma lista bem apetrechada (apenas nos centramos nos pratos ja quase prontos e deixamos de lado os nomes bem apetitosos das especialidades) escolheu-se umas lulas grelhadas e um bacalhau à casa. Apenas me posso referir a este último, mas diz quem comeu as lulitas que "Não me lembro de ter comido assim tão bem" (não, não era nenhum habitante da Somália de férias em Portugal). Relativamente ao bacalhauzito frito com cebolada... Hum... Divinal! Dito por uma grande apreciadora de bacalhau como eu: frito, assado, com espinhas, sem espinhas... Vá, até com osso se for caso disso. Digamos que a meia dose me satisfez, de modo a já rondar o "Ai, não me entra mais nada". Mas aquelas rodelinhas de batas fritas finas como a seda e tão grandes que me vi obrigada a torturá-las com a faca e garfo para ser capaz de as empuleirar na curta e atribulada viagem do prato à boca. Perante isto e a pergunta do simpático funcionário: "Está bom? Deseja mais?" apenas esbocei um sorriso, um misto de satisfação com um "Deve estar a gozar comigo, não viu que comi que nem uma tola". Antes, a minha satisfação traduziu-se verbalmente em elogios. A fome já estava há muito morta, é certo, mas a curiosidade acerca do "e agora" fez-me esvaziar mentalmente uma ou duas batatitas para dar lugar à negrinha fatia bolo de chocolate, húmida, doce e fofa. As Ramadinhas sevem também como sobremesa ou acompanhamento de café. São uma éspecie de natas, mas não tem nada a ver, pois eu não gosto de natas e aquilo tinha um sabor diferente de tudo, talvez por causa do ligeiro toque de amêndoa e a chila... Depois desta embriaguez, até o meu café cheio me pareceu melhor que todos os outros... Enfim, ouro sobre azul... A par disto acrescentemos o atendimento excelente, a decoração tão acolhedora (inclusivé o WC) e a parte exterior sob uma ramada (que dá o nome ao restaurante) com mesinhas a todo o comprimento, certamente muito agradáveis para um jantar no Verão. Feitas as contas: é certo que não é um restaurante para ir dia-sim dia-não, pois os cerca de 15 euros por pessoa não serão assim convidativos a uma carteira menos precavida... Mas vale a pena... Tudo vale a pena, se a barriga (e a carteira) não é pequena... Reportando-nos novamente à embriaguez de sentidos e salientando a competência (ou incompetência, dependendo do ponto de vista) dos empregados de mesa... Bem, certamente o meu companheiro de repasto assim o estaria ao, distraídamente, deixar 21.5 euros de grojeta. Valeu o dito e incrédulo empregado de mesa que inicialmente aceitou, mas ao se deter sobre tamanha quantia achou por bem chamar à razão o dito senhor...
E assim, o almoço acabou com alegres risos....
Ah... A audição.... O novo cd da Maria Rita, "Samba Meu", que toca pela segunda vez consecutiva no meu PC. Uma sonoridade agradavelmente alegre, divertida, dá vontade de dançar, rodopiar...Ok, fiquemos por aqui... Destaco apenas o ritmo da música "O Homem Falou" e "Maria do Socorro"...
Claro está, que apesar de tudo, não chega aos três monstros da música (da minha música): o JC (Jamie Cullum, o Senhor), Diana Krall e o também Sr. Michael Buble.
Espero ter estimulado alguns sentidos com esta descrição e caso leiam isto antes de alguma refeição: BOM APETITE! Ah, no meio disto estive dentro de um carro para, eventualmente, comprar. Um carro novo... bah... um pormenor quando comparado com um prato de comida e um cd...
Até ao próximo sentir...

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